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CESAR TEIXEIRA
( Brasil – Maranhão )

São Luís, Maranhão, nascido em 1953.
É jornalista, poeta e compositor. Sua produção literária tem sido divulgada em cordéis, visando atingir a população carente.
É autor dos premiados “Poema de amor e alquimia sobre o Araguaia”, “Patrimônio cultural profano” e “Hóstias de sal & paixão”.
 

 

POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA

 

             Canção do filho exilado

Cabelos de sol girassóis
nos meus dedos,
com luz parindo cegos
pincéis de Van Gogh,
útero dissecado no peito.

Feto abortado em mim
(sólido fantasma
de amigo santuário).

Amar o vazio edifício,
um abismo de degrau s
em rasante alma, trago
cabelos de raízes,
nervos no umbigo do sol.

Embalo ainda nos braços
esse espaço vazio,
inseparável asa de um
anjo aleijado
no alto do penhasco.

E atravesso o deserto
onde não chegam cartas,
então releio os estilhaços
e bebo o crepúsculo
aprisionado nas garrafas

(o coração é o útero do pai).


Bilhete azul

                                              Para Marilyn Monroe

As traças
roeram tuas
cartas
na gaveta.
que parece
oficina
de consumir
amor.

Só o teu
batom
(com Baygon),
na capa
de revista
pregada
no banheiro,
escapou.

Perdi
as alianças,
mas guardei
na mala
o teu vestido
na naftalina
e um coração
de isopor.

O parto invisível do poema

(para Maria José Aragão)

      De ti carrego o adeus,
mas a ferida exposta no peito
— insaciável como uma rosa
pulsando entre punhais.

Não cabes mais nas palavras,
e tanto é o abismo da língua
que ate recrio em silêncio
na fome convexa dos mendigos,
barro do teu verbo invisível.

Tua ausência, extraída à foice
em parto cesariano,
inunda o meu coração:
descobri que era uma estrela
essa luz entre os lençóis.

Na falta de uma política
ao primeiros socorros para o planeta,
que este poema
(cujo tecido é de alma)
sirva de agasalho e hóstia
aos famintos;
que, não estando nas palavras,
sirva de trincheira e gaze
aos aleijados
— inclusive poetas sem pátria.

E, para não vê-lo queimado
em praça pública,
feito bandeira ou bíblia execrada,
que seja posto no vértice
da mais alta montanha,
onde somente as nuvens
maltrapilhas
com suas bocas de borboleta
possam tocá-lo,

como agora eu toco as  tuas mãos,
que brotam da terra úmida
cheias de pássaros e orquídeas.


*
VEJA e LEIA outros poemas do MARANHÃO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/maranhao.html    

       Página publicada em maio de 2025.

 

 

 
 
 
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